quarta-feira, 24 de agosto de 2016

COMPLETUDE


COMPLETUDE

Este é o jeito Zen: não dizer as coisas até o fim. Isso precisa ser compreendido, pois é uma metodologia muito importante. Não dizer tudo significa dar uma oportunidade para que o ouvinte complete o que está sendo dito.
Todas as respostas vêm incompletas. O mestre só lhe terá dado uma direção... 
No momento em que você chegar ao limite, você saberá o que irá permanecer. 
Sendo assim, se alguém estiver tentando compreender o Zen intelectualmente, irá fracassar. Não se trata de uma resposta para uma pergunta, mas de algo maior do que a resposta. Trata-se da indicação da própria realidade... 

A natureza do buda não é coisa muito distante: a sua própria consciência é natureza de buda. E a sua consciência é capaz de testemunhar as coisas que constituem o mundo. O mundo chegará a um fim, mas o espelho permanecerá, espelhando o nada.

COMENTÁRIO:
Aqui, a última peça de um quebra-cabeça está sendo colocada em seu lugar: a posição do terceiro olho, o lugar da percepção interior. 
Mesmo no fluxo sempre mutável da vida, há instantes em que chegamos a um ponto de completude. Nesses momentos, somos capazes de apreender o quadro completo, o conjunto de todas as pequenas peças que ocuparam por tanto tempo a nossa atenção. No momento da conclusão, podemos tanto nos sentir em desespero -- porque não queremos que aquela situação chegue a um fim --, como podemos nos sentir agradecidos e receptivos ao fato de que a vida é cheia de conclusões e de novos começos.
O que quer que tenha estado absorvendo o seu tempo e sua energia, agora está chegando ao fim. Ao concluir isso, você estará criando condições para que alguma coisa nova possa começar. Use essa pausa momentânea para celebrar ambas as coisas: o encerramento do velho e a chegada do novo.

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